Muitas vezes ficamos perplexos com a associação de Santo Antônio aos casamentos. Esta não é uma tradição presente no mundo inteiro, mas particularmente no Brasil.
Diz-se que uma jovem, que estava passando da hora de casar, suplicou a Santo Antônio que lhe arranjasse um marido. Rezou por vários meses, pedindo a graça de ser escolhida por um dos jovens casadoiros do arraial. Aflita pela demora, apagou todas as velas do pequeno oratório e jogou a pequena imagem pela janela. Esta caiu na cabeça de um rapaz que passava por ali. Educadamente, foi até a casa da jovem entregar- lhe a imagem, achando que havia despencado da janela. Ao ver a moça, logo se apaixonou, e os dois se casaram semanas depois.
Esta não é a única nem a mensagem mais importante de Santo Antônio, mas revela a grande devoção e o carinho que o povo nutre por ele. Depois da devoção mariana, Santo Antônio é, certamente, o santo mais popular do pais.
São João e as colheitas
São João é venerado como o «santo das colheitas». Nos cultos populares, ele é sempre representado com o olhar direcionado para as plantações, como se cuidasse delas. Sua festa é sempre ornamentada de flores e plantas. Nas celebrações populares, no momento do ofertório, é comum as pessoas levarem cestos de alimentos, como reconhecimento ao santo pelas fartas colheitas.
Normalmente, o mastro que se vê erguido em sua homenagem é ornamentado com espigas de milho, cachos de arroz e flores para que os fiéis possam agradecer a fertilidade da terra. Esta devoção de origem europeia marca o início das colheitas, nas regiões agrícolas. Em Portugal é considerado protetor dos casais e enfermos. Assim como Santo Antônio, é conhecido como casamenteiro. Pela vida de quase ermitão, é considerado, também, o patrono dos monges.
São Pedro e as chuvas
O primeiro apóstolo é venerado como o “santo das chuvas”, sendo invocado para aplacar os problemas das secas. Nas regiões de lavoura e pecuária, onde as chuvas regulares têm papel fundamental para a sobrevivência, a devoção a São Pedro é muito grande entre os agricultores. A devoção popular cultiva essa reverência, como se secas ou alagamentos dependessem de sua intercessão. Ainda segundo a crença popular, São Pedro guarda as chaves do céu, lava-o quando chove e arrasta os móveis quando troveja. Dizem que, por ser viúvo, ele socorre as viúvas nos momentos de aflição. Por ser patrono dos pescadores, é homenageado com procissões de barcos que carregam sua imagem.
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